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p. caldasTive oportunidade de morar por quase três anos em Belo Horizonte e à época cansei de escutar um modo de falar com “r” arranhados, significados e expressões diferentes para descrever objetos, produtos, pessoas, com nomes diferentes do que até então conhecia.

Assim o que para nós é grampo para utilizar no cabelo, para eles é frizete.

Dona, que utilizamos respeitosamente para dirigirmos a uma Sra., é mulher nem sempre tão gente fina.

Vitrô utilizados em casas é Basculante.

Ônibus para transporte urbano, é lotação e tantas outras palavras que no momento não vem à lembrança.

Além disso, aqui e em parte da nossa região, ao falarmos utilizamos um rico linguajar, onde abusamos, sem que seja proposital, na troca do “e” pelo “i”, economizando silabas e pronomes, embora a maioria ao escrever o faça de forma correta.

Assim; deiz toma o lugar de dez, feiz o de fez, meis o de mês, treis o de três, dizesseis o de dezesseis, atrais o de atrás, vistido o de vestido, vô correno, ele foi andano, ela tava falano, aquele rapaz ta mudano, aquela pessoa ta feliz e cantano, aquele jogo ta valeno. Isto tudo sem contar o “cê” abrindo sentenças, cê vai lá? Cê volta aqui? Cê foi vê o filme? Cê feiz de novo né! Cê ta triste, Vamo embora, quando seria vamos embora, num sei não, o num substituindo o primeiro não, os “cês vão”, cês tão muito bonitos, os né, nem, num e tantas outras palavras mencionadas que utilizamos sem nos dar conta.

Lógico sem nos esquecermos, como toda Minas Gerais, dos referenciais UAI e TREM.

A realidade é que somos um povo único, vivemos entre montanhas, sem mar, com costumes, jeito de ser, convivendo com pessoas de diferentes lugares, sempre os respeitando, aceitando brincadeiras e provocações ao falarmos o mineirês e com uma grande vantagem nada nunca nos impediu de demonstrarmos a todos, carinho e amizade, UAI!

 

CENÁRIO

Fo AmoresQuando menino, eu morava próximo a Fonte dos Amores e invariavelmente os garotos de então, pela intensa movimentação, gostavam de lá estar. Isso na década de 60.

Naquele tempo, Poços de Caldas era um dos locais mais procurados do país, para curtir e passar a lua de mel. A grande maioria dos casais, principalmente no mês de maio, programavam para aqui estar. Era um hit. A cidade os recebia de braços abertos e pelas ruas via-se muitos deles. Os hoteleiros de então devem ter muitas histórias vividas, para contar. Pena que a maioria já tenha nos deixado. Muitas gerações posaram ao lado da estátua gerada pela genialidade de Starace.

Às vezes me pergunto, entre os que tiveram mãos humanas envolvidas, qual o mais marcante monumento ou local da nossa cidade, aos olhos dos que aqui vivem ou nos visitam. Fico entre três;

Monumento Minas ao Brasil, hoje, na Praça Pedro Sanches.

Imagem do Cristo Redentor, no alto da Serra de São Domingos

Estátua da Fonte dos Amores

Difícil escolher, mas esta, sem dúvida, é uma delas.

Quando entrei no colégio em 1964, na 1ª série ginasial, vindo de uma escola mista (São João da Escócia) com muitas belas meninas, embora ainda um meninão com 11 anos incompletos estranhei, por todo lado que olhava, só meninos. Ao contrario de onde viera, ali quando surgia uma senhora ou menina não tinha como deixar de ser, os comentários vazavam dia afora, sem contar as pernas de algumas mães que desfilavam em seus carrões levando filhos para a aula e para gaudio dos que nas proximidades da quadra, próximos do alambrado que dava para a Av. Champagnat ficavam observando, para verem e depois contarem histórias criativas. .

Porém, desde o ano de 1960, alguém especial e muito respeitada pelos meninos, com charme, simpatia, educação, atenção, conhecimento e competência para dar aulas, naqueles dias, aos alunos de admissão (5º ano), lá já estava e esteve até os anos 70, quando o Colégio já se tornara misto, impondo respeito, sem espaço para brincadeiras ou galanteios indevidos. Era a Neusinha, a Neusa Nogueira, com quem diversos estudantes tiveram acesso ao conhecimento tão necessário no dia a dia. Ótima professora e profissional altamente respeitada até os dias de hoje. Com brilhante carreira, mesmo após ter deixado o Colégio, talvez muito mais. Que bom!

Para alegria de todos nós, me enviou uma foto, começo dos anos 70, quando o colégio já era misto, onde aparecem mais algumas moças, além dela, Doraci, Gerusa, ……., os Irs. Barberet, Lúcio, então o Reitor, Eugênio, professor Osmar Lutti, Major Jorge e outros que não me lembro os nomes em momento de descontração, posando para a posteridade.

A Neusinha no degrau de baixo está ao lado do Erasmo (terno preto), entre a Gerusa e o Ir. Eugênio.

Agradeço a Neusa e ficamos no aguardo de mais fotos.Neusa Reis e Irmãos Maristas anos 70 IV

POÇOS DE CALDAS

bela XA CAMINHO DOS 146 ANOS DE HISTÓRIA.

Escrever o que?
Que é bela,
Pintura divina,
Graciosa, única, céu e sol entre montanhas,
Tendo a emoldurá-la o Verde e azul?
É pouco, nada, se existe o paraíso
Certamente deve se parecer muito com ela.

Nós que aqui nascemos, a adotamos, residimos ou a conhecemos
Sabemos estar em lugar diferenciado
Onde beleza natural, acrescida de obras
Geradas por mãos humanas talentosas,
Dela fizeram rainha.

Assim seja e continue
Para encanto, admiração e extase
Que nos levam nela querer passar cada dia
e momentos da nossa vida.

Dia 06 de novembro – Aniversário da rainha das cidades mineiras.

A GERAÇÃO CALADA

Nilton 2014

Nasci no ano de 1953, quando os costumes existentes eram ditados principalmente pelo conservadorismo da Igreja Católica, ouvindo com o passar dos anos “isso pode, isso não, pensar assim é pecado, fazer dessa forma idem”. Os padrões estabelecidos colocavam à prova crianças e adolescentes que, através da música, já começavam a sentir os primeiros sinais de mudança e liberdade, quebrando tabus e rompendo fronteiras até então intransponíveis.

Aos 11 anos incompletos, no ano de 1964, tive a oportunidade de presenciar, sem fazer ideia do que acontecia e, principalmente, dimensionar os anos que viriam: a instauração do Regime Militar, no qual a liberdade de expressão passou a estar em um pêndulo. Poder e querer ficaram limitados ao bom senso (daqueles que impuseram tal regime). Assim, entre ficar calado ou correr riscos, a grande maioria se calou.

O noticiário político se restringia a temas oficiais, jornalistas, escritores, músicos e outros que se propunham a escrever algo, obrigatoriamente, passavam pelo crivo dos sensores e, muitas vezes, tinham seus escritos impedidos de serem divulgados. Expor ideias, manifestar descontentamento, liderar, apontar novos caminhos, ficaram adormecidos até a década de 80 , quando surgiram os movimentos organizados e o povo na rua, pedindo por mudanças.

Aí vieram Tancredo (não teve tempo para governar), Sarney, Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e os brasileiros sempre aguardando por um mundo novo, imaginando a cada dia o despertar do sono eterno em berço esplêndido, com oportunidades de emprego, educação diferenciada, saúde, bons exemplos, enfim, um país bem diferente dos dias atuais, onde o que mais vemos no noticiário é o oportunismo; a lei do querer levar vantagens; ensino de péssima qualidade; saúde precária, na maioria das cidades, pela falta de recursos; falta de alguém para nos espelharmos e, sobretudo, a roubalheira, os desvios através de comissões milionárias; a incapacidade administrativa de gestores em empresas estatais com vultosas compensações financeiras e políticos (existem boas exceções), que, no lugar de nos darem o exemplo, desfilam sua incapacidade, arrogância e impunidade por todos os lados. Felizmente, isso parece estar mudando, devido ao cumprimento da lei.

De quem é a culpa? Difícil atribuí-la a somente um. Somos obrigados a concluir terem sido muitos, entre os quais as gerações que, impedidas em um determinado momento de se manifestarem, exporem seus pensamentos e cobrarem responsabilidades, abriram espaço àqueles que, ao contrário, levaram o país, nos idos anos 60, a mergulhar em um regime autoritário. Nada tendo a perder, passaram, a partir da liberdade gradativa dada pelo afrouxamento do regime militar, a prometerem um Brasil virtuoso aos brasileiros. Muitos acreditaram e hoje, pagamos por isso.

Agora é preciso reconstruir o país com pessoas sérias e eficientes, munidas de capacidade, visão, credibilidade e idoneidade comprovadas; sem promessas, mas com muito trabalho.

Nilton Junqueira

AFFAIR

ponteDiscretos sobre a velha ponte, após aguardarem ansiosamente os últimos clarões do dia e a chegada definitiva da noite, os dois como em um passe de mágica cheios de energia se encontraram. Sem querer chamar a atenção expondo-se aos que por lá passavam, cheios de vontade de curtirem os momentos há dias aguardados, depois de terem feito algumas peripécias para torná-los realidade.

Longe dos olhares de censura dos pais dela, imaginavam , pelo pouco movimento àquela hora, poder dar o primeiro passo para melhor se conhecerem e sentirem com palavras e gestos o que o destino lhes reservava.

Celine, a passeio na cidade, 16 para 17 anos, recém saída da adolescência, cabelos loiros encaracolados, olhos azuis, rosto perfeito com traços e nariz delicados, seios que a discreta roupa utilizada não conseguia esconder, tanto quanto o belo par de pernas a sustentar seus aproximados 1,70 mt., chamava a atenção por onde passava.

Alex, nascido na cidade, 22 anos, cabelos pretos, 1,78, olhos castanhos, nariz e boca marcantes, proporcionais ao tamanho do rosto com barba feita, corpo atlético que perante os olhos femininos chamava a atenção pelo conjunto, ao mesmo tempo ansiava com grande expectativa o encontro em hora oportuna marcado, depois de muito pedir, pelo então maitre do hotel, seu tio.

Ao se tocarem, com os corações acelerados e um calor a tomar conta de seus corpos, após um cálido beijo na face e demorado aperto de mãos para o cumprimento, sentiram de imediato que muitos outros encontros teriam pela frente.

Ainda tocados pela proximidade e emoção do momento, imaginaram não ser aquele o local adequado para ficarem, o que os levou instintivamente, olhando o Jardim tão próximo para lá se dirigirem, afinal, o silencio da noite que já chegara, o som da água a cair, jorrado pela fonte luminosa, acompanhado pelo fundo musical, nela, em seu interior produzido, tudo os convidava a curtirem de forma mais tranquila as próximas horas.

Assim pensando para lá se dirigiram. Como ainda era cedo tranquilamente encontraram um banco e nele se sentaram, calados em um primeiro momento, mais pelo pouco conhecimento até então existente, tiveram o silencio quebrado pelo som da bela musica

AOS AMIGOS

O presente texto é ficção, certamente nem todos teriam paciência para lê-lo inteiro, Embora não seja grande, cansaria. O mesmo está concluído e vou procurar uma forma de publicá-lo em sua totalidade. Como é a primeira vez que escrevo uma ficção, estou a pensar como trazê-lo a público, certamente encontrarei.

MULHERES

O que dizer sobre elas, tudo e nada, qualquer coisa será pouco para descrevê-las, importante é lembrá-las, curti-las, amá-las, beijá-las, dedicar a cada uma momento especial, uma palavra, um toque carinhoso, reconhecer sua importância, agradecer a vida, estar ao seu lado.

São belas, sem que a beleza física seja a mais importante e sim aquela que carregam dentro de si, essa engrandece, extrapola o corpo, irradia energia e amor, gera e cria famílias, une, acalma, diz muito com gestos, olhares, nos fortalece com sua presença e sobretudo sem precisar falar, deixa claro a cada um de nós que sem elas pouco ou nada seríamos.

A cada mulher, à minha eterna namorada e companheira Fátima, às amigas e todas as demais, desejo sempre muitoorquidea carinho, amor, beijos e abraços, dados por namorados, companheiros, esposos e demais pessoas de quem sempre se espera um algo mais.

Sejam felizes sempre!

VISÃO

jardimAli, a olhar a praça vejo tudo o que passa

Gente vinda de todo lado

Bonita ou não, sorrindo, a pé, de carro, moto, ou bicicleta

Além de vândalos, desocupados e outros a pedir.

Crianças, mulheres, homens, jovens ou idosos

Uns demonstrando felicidade, outros preocupação e cansaço

Pelos dias corridos, a desejar mais do que nunca um grande abraço.

 

Com o passar dos anos, não saberia dizer

Qual a melhor época e momento

A beleza e ingenuidade do passado

Ou os novos hábitos, inseridos na vida de tanta gente

Aliados ao progresso e beleza do presente.

 

O que fica é que entre a beleza e ingenuidade do passado

Ou os novos hábitos do presente,

Importante aqui estar, curtindo a música e a energia

De lugar tão belo e atraente.

 

Nilton Junqueira

O SERMÃO DO PADRE

O SERMÃO DO PADRE

Depois de concluir o ginásio em 1968, cheio de sonhos e planos fui estudar em Belo Horizonte e sem estar devidamente focado, por mais que houvesse cobrança, a aventura durou até julho. Retornei a Poços de Caldas com o ano letivo perdido, deixando de aproveitar a oportunidade e tendo convicção que aumentara a responsabilidade. Era preciso e rapidamente fazer outra opção, para dar seguimento aos estudos. No Colégio Marista, que deixara de oferecer o curso científico, encerrando com a última turma em 1967, estava previsto o retorno do mesmo em 70, com o 1º ano. Acabou sendo a escolha.

Com novo reitor, Ir. Lúcio, no comando, eu, com 16/17 anos, imaginando rapidamente concluir aquela etapa de vida, lá estava. O titular da sala durante todo esse tempo foi o Ir. José Gregório, que com seu jeito típico de carioca conservador, dizia ter entrado na congregação sem usar o linguajar carioquês, aos 11 anos de idade. Educador inteligente, culto, criativo, observador, levava parte dos alunos ao delírio, ouvindo-o comentar e ler meio engasgado (proposital), às bobagens escritas nas redações com temas por ele solicitados (valiam nota de prova), demonstradas nos cadernos por alguns amigos, ao narrarem suas histórias, para desespero dos mesmos. Hoje, seria bulling.

Em um grupo que pela primeira vez contava com a presença de meninas no colégio, grandes amizades foram feitas, estudávamos na parte da manhã de segunda a sábado, com um detalhe, nesse último dia aconteciam confissões na capela. Para lá estarmos e confessarmos no horário de aulas, precisávamos aguardar prévio aviso, dando conta de que o Padre Celso, capelão do Colégio, aguardava a presença dos alunos pecadores.

Naquele tempo, pelo conservadorismo e ensinamentos repassados, tinhamos em mente serem pecado diversas iniciativas e pensamentos, assim, adolescentes descobrindo o mundo cheios de idéias “bem intencionadas” olhando as pernas de uma menina por onde passavam, era pecado! As mini saias mostrando a beleza das mesmas, estavam por todos os lados, um charme fantástico! Ir a piscina do Country Club e ver aquele belo desfile de moças, usando “avançados biquínis”, a mostrar seus bronzeados corpos, então! Estar no cinema e ver um cálido beijo, onde as atrizes mostravam parte dos seios, idem! (E pensar que crianças, nas matinês, viam Tarzan e Jane, quase pelados. A macaca chita que o diga). Responder aos pais pelas determinações nem sempre coerentes, idem! Faltar à missa nem tinha como, xingar alguém ou falar nomes feios, pecado! Pensamentos maliciosos com relação a mulheres, mais ainda e tudo isso nos fazia pensar no que dizer ao saudoso padre, quando chegasse a nossa vez.

Como alunos do curso mais avançado do colégio e estar entre alguns que ocupavam “cargos importantes” na Academia Literária Afonso Celso, fui presidente da mesma três anos, nos dava uma liberdade maior, assim íamos para a capela e para não termos que voltar logo à sala de aula, ficávamos enrolando para ver quem ia primeiro, ou seja, o sacerdote esperando dentro do confessionário e aquela meia dúzia, os demais já tinham confessado e retornado, no local a fazer tudo menos ir confessar, em nossas cabeças tudo podíamos.

Em um determinado dia, com situação semelhante, passados uns 05 minutos sem que ninguém tomasse a iniciativa, ouvindo a movimentação dos presentes Padre Celso saiu do confessionário solicitou que nos sentássemos à frente e com palavras contundentes nos disse tudo o que sentia, demonstrando nossa inconseqüência e qual a finalidade em ali estarmos. Foi o suficiente, um após outro nos dirigimos à sua presença e narramos os pecados comuns a todos, imagino, devidamente perdoados.

Hoje, ao tomarmos ciência de tantas bobagens, desmandos, desrespeito e ações equivocadas, praticadas por parte de jovens e adolescentes, chegamos à conclusão que vivíamos em um mundo abençoado, sem darmos, em muitos momentos, o devido valor, embora as lições lá aprendidas tenham nos tornado, até prova em contrário, pessoas boas e de bem.

Nilton Junqueira

 

capela II

VISÃO

saturninoEm 1936, o Prefeito Francisco de Paula Assis Figueiredo e sua equipe, preocupados com as enchentes que alagavam o centro da cidade, inauguraram a partir de projeto elaborado pelo Engenheiro Saturnino Brito Filho, a primeira barragem para controle de águas no Brasil.

O objetivo era represar e armazenar as mesmas, evitando que o excesso de chuvas que caiam na região sul do município, naquele tempo constituída por campos de minério e pastagens para gado, da então pequena e charmosa Poços de Caldas, alagassem nosso centro.

As referidas enchentes acumulavam-se no ribeirão de Caldas e com freqüência faziam estragos por onde passavam, conforme relatos de pessoas e notícias publicadas em jornais existentes, problema resolvido à época com a construção da referida represa, a quem deram o nome de seu projetista.

Nos dias atuais, como temos conhecimento, serve também para abastecer, após tratamento, boa parte parte da população.

A foto nos mostra a represa, próxima a barragem, como está atualmente.